Irmão de deputado baiano é apontado em esquema de irregularidade na distribuição de caixas d’água com dinheiro público
A Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), entregues por Jair Bolsonaro ao Centrão, têm sido usados por parlamentares para distribuir caixas d’água seguindo critérios políticos, sem qualquer controle de quem recebe, e com suspeitas de superfaturamento, diz O Globo.
Nos últimos dois anos, os órgãos tiveram os orçamentos para comprar este tipo de equipamento turbinados em 60%. De acordo com o jornal, uma auditoria da CGU apontou que o próprio Dnocs não soube informar onde foi parar o material que deveria ser usado pela população para estocar água em regiões assoladas pela seca.
Codevasf) também admite não saber se os reservatórios, adquiridos com dinheiro público, foram ou não instalados em casas. No caso dela, as caixas d’água foram entregues numa modalidade chamada de doação, em que não é necessário firmar convênios com prefeituras ou governos estaduais, como é exigido na maioria das transferências via emendas parlamentares. Com isso, os beneficiários podem ser associações comunitárias ou de produtores. Segundo a reportagem, o número de doações de caixas d’ água neste formato praticamente triplicou desde o início do governo e, somente de 2020 para 2021, aumentou 43%.
Conforme publicado pelo site Bocão News, a ex-prefeita de Campo Formoso, Rose Menezes (PSD) moveu ação na Justiça contra Elmo Nascimento, irmão do deputado Elmar Nascimento (União Brasil), de abuso de poder como superintendente da Codevasf em Juazeiro.
A ex-prefeita alega que ele aproveitou a posição para definir quem deveria receber caixas d’água na região e ser favorecido nas eleições de 2020, quando se elegeu prefeito. Elmar negou irregularidades. O parlamentar disse que a concentração de caixas d’água em Campo Formoso aconteceu por questões logísticas, mas que a distribuição era feita também para cidades vizinhas. “Quando você pega uma cisterna e bota num caminhão, só cabe três. Escolhe-se um município que atenda melhor, que tenha um galpão, que esteja melhor situado, leva matéria-prima e monta lá”, disse. Também procurado, Elmo não se manifestou.
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