México encabeça reação global contra geoengenharia climática
Em fevereiro, o México se tornou um dos primeiros países do mundo a proibir experiências de geoengenharia solar, citando o caso de um experimento não autorizado feito por uma startup dos Estados Unidos em abril de 2022. O experimento era simples: dois balões meteorológicos liberariam dióxido de enxofre na estratosfera, visando avaliar se a substância resultaria em uma reflexão da radiação solar, em um processo similar ao observado após erupções vulcânicas. O objetivo era checar se partículas de enxofre poderiam diminuir o aquecimento na atmosfera.
Além da falta de autorização oficial, o governo mexicano ficou bastante incomodado com o fato de uma empresa norte-americana estar realizando experiências fora dos limites geográficos de seu país de origem, sem, ter qualquer cuidado sobre os efeitos da experiência sobre a população local. Para o governo mexicano, foi o suficiente para proibir qualquer experiência de geoengenharia solar. A Reuters abordou a história.
Alguns cientistas estão promovendo a geoengenharia solar como a mais nova “bala de prata” para enfrentar a mudança do clima. Os proponentes sustentam que essa tecnologia pode ajudar a aliviar o aquecimento do planeta decorrente da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. No entanto, como apontado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) em relatório recente, os riscos potenciais da geoengenharia solar são significativos, especialmente os efeitos colaterais sobre a camada de ozônio.
Para os críticos da geoengenharia solar, a oposição mexicana pode servir como ponto de partida para uma regulação mais forte sobre essa tecnologia no plano internacional. O próprio governo do país já sinalizou que pretende colocar essa questão nas discussões da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), em novembro deste ano em Dubai.
Fonte: ClimaInfo, 28 de março de 2023.Foto: NASA/Norman Kuring